terça-feira, 26 de abril de 2011

Simplicidade x Boi de Piranha

Quando os boiadeiros das Américas do Sul e Central vão atravessar certos rios com seu gado, precisam sacrificar um boi para salvar os outros. Eles ferem ligeiramente o animal e o colocam no rio um pouco abaixo do lugar onde o resto do gado vai atravessar. O cheiro do sangue atrai um número grande de peixes pequenos e vorazes: as piranhas. A água parece ferver e fica vermelha. Depois de alguns minutos tudo o que resta do boi é seu esqueleto completamente liso. Enquanto isso, o resto do gado passa em segurança. É daí que vem a expressão popular "boi de piranha" .
E essa técnica, a espiritualidade vem utilizando em sua frente de trabalho. Como assim? Simples.
A espiritualidade tem em sua essência a simplicidade. Mas muitos de nós, até mesmo por falta de humildade ou conhecimeto, tentamos mistificar, inventar coisas, que enchem nossos olhos e esvaziam nossos corações. Não dificilmente, nos deparamos com terreiros, centros e tendas que mais parecem arvores de natal, com o tamanho colorido e luzes que piscam, para chamar a atenção. Não estou afirmando que essas casas não são de respeito ou que as pessoas que procurarem esses centros não terão um atendimento fraterno ou algo parecido, mas a "função" que a espiritualidade destinou para alguns desses centros facilita o trabalho para os centros menores e menos "brilhantes".
Se há uma tenda com paredes brancas e que não trabalha com alarde, ajudando um aqui e outro ali, por exemplo, tende à ter menos ataques de espiritos pouco evoluidos, vampiros e magos negros. Pois esses não "perderiam seu tempo" com pouca coisa, a grande maioria das vezes, essa coisa pouca, pode fazer a diferença.
O tamanho físico do centro, terreiro ou tenda, não quer dizer absolutamente nada. 
"O que adianta morar em uma mansão, se não se tem dinheiro para comprar móveis, e ter essa mansão enorme praticamente vazia? A mansão chamará mais a atenção dos ladrões."
Mais ou menos assim funciona a espiritualidade, as mansões, com os pisca-piscas chamam as atenções dos "bandidos" enquanto as pequenas e simples moradas não aguçam o interesse dos malfeitores.
Devemos ajudar a todos que estiver ao nosso alcance, e orar por aqueles que não estão. Não precisamos ter verdadeiros palacetes para receber nossos guias, nem se faz necessário uniforme para identificar ou padronizar uma corrente, nem devemos aparentar o quanto de força que nós temos, se é que temos alguma. A humildade é uma virtude que temos que pratica-la, muito mais do que prega-la.

A idéia para esse post veio de uma conversa com um amigo hoje pela a tarde. Quando notamos que a espiritualidade esta retornando à simplicidade. Ao comentarmos o quanto de pequenos centros estão sendo abertos, tanto na Umbanda quanto no Espiritismo, e entre outras linhas de trabalhos espirituais.

Paz e Luz

Rafael d´Ogum

domingo, 24 de abril de 2011

Saravá meu Pai Ogum - Salve Jorge

Dia 23 da Abril, dia de Pai Ogum, dia de muita comemoração e muito respeito. Neste ano de 2011, o dia do nosso Guerreiro, vencedor de demandas, caiu em um sábado, justamente na vespera da Pascoa, um dia onde todos os cristãos, estão se preparando para comemorar a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O General de Umbanda é guerreiro de Oxalá, assim como São Jorge foi morto exatamente por não renegar sua vé em Cristo. O soldado de Cristo, tem em seu sincretismo o General de Umbanda.
Ambos representam a força da fé, o amor ao próximo e a justiça divina. Um dos santos mais populares do Brasil, São Jorge ganha cada vez mais seguidores, assim como Pai Ogum, um dos orixas mais difundidos em nossos terreiros, me arrisco a afirmar que não me recordo de ter ido em alguma seção de caboclos, onde não havia sequer um caboclo da linha de Ogum.
Ogum, trabalhador incansável, responsável pelo cumprimento de nosso carma, o orixa do ferro, da batalha, das estradas e dos caminhos.
Todos filhos aprendem que filho de Umbanda balança mas não cai, e não cai mesmo, por que temos um guerreiro sempre zelando por nós, um General que chamais abandona seus soldados. Um amigo para qualquer momento, que podemos contar à qualquer hora.
Sou suspeito quando falo de Ogum, pois é meu pai, e devo muita coisa à ele. Nunca me deixou na mão, ja passei por momento dificeis na vida, mas sempre que corri "para seu colo", ele me deu as condições necessárias para compreender a situação e vencer os desafios.
Muito obrigado meu pai! Por me dar a honra de ser mais um de seus soldados, obrigado pai, por me dar a honra de ser seu filho.

Salve São Jorge Guerreiro!
Ogunhê meu Pai Ogum!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Trabalho ou Emprego

   Trabalhar, pelo Aurelio:
1. Qualquer ocupação manual ou intelectual.
2. Esmero, cuidado que se emprega na feitura de uma obra.
3. Obra feita ou que se faz ou está para se fazer.
4. Labutação, lida.
5. O fenómeno da vitalidade dos órgãos.

Emprego, pelo mesmo dicionário:
1. Ocupação remunerada e determinada a que alguém se dedica.
2. Ato de empregar.
3. Aplicação, uso.

O verbo trabalhar tem um significado bem diferente do verbo empregar. Por isso, não é justo, falarmos que trabalhamos para uma religião, quando na realidade o que praticamos é algo que mais parece com um emprego, pois quando trabalhamos para uma religião, não podemos esperar uma retribuição, principalmente financeira, estamos trabalhando para o bem de nossos irmãos, mas infelismente, muito que se dizem por aí como religiosos, esperam que seus trabalhos realizados em nome de religião sejam pagos de alguma maneira. Ja andei bastante por aí, ja vi absurdos inacreditaveis, vi em uma terreira aqui em Porto Alegre com uma bela e colorida tabela de preço. tipo:
"Consulta com caboclo Fulano.....R$50,00"
"Consulta com exu Cicrano............R$30,00"
"Abertura de caminhos.................R$20,00"

Em uma outra, o caboclo me falou que meu problema seria resolvido por um exu, mas que eu teria que levar uma garrafa de cachaça e um pacote de velas. Quando sai da terreira, conversando com meu tio, que havia me acompanhado, me falou que o caboclo que o atendeu falou a mesma coisa. Então não era algo especifico para mim e sim uma receita de bolo, para todos é a mesma coisa. Na semana seguinte, eu e meu tio retornamos naquele templo, meu tio com a cachaça e as velas e eu com as mãos abanando, meu tio entregou o embrulho para o cambono que fez um sinal para o pai de santo, que estava mediunizado. Eu fui tratado como todos os outros consulentes, o exu que me atendeu nem fez mensão sobre o que o caboclo havia me dito, e olha que era o mesmo médium, enquanto meu to, foi atendido pelo exu do pai de santo, na frente da tronqueira, e teve uma orientação mais clara que a minha ele deveria procurar o cavalo, para ele pôr as cartas para ver como iria se resolver o problema. Enfim, terminou a gira, meu tio foi ao encontro do tal dirigente, que falou que poderia sim jogar, mas que custaria R$70,00.
Uma entidade mandou trazer presente para outra que mandou jogar com o médium que por sua vez cobrou para saber qual era o problema, provavelmente, para depois cobrar mais uns reais para realizar um trabalho ou arriar um despacho para uma daquelas entidades que não contribuiram com quase nada.
Quem cobra pelos trabalhos prestados, ja esta sendo pago, agora quem o faz na condição pura e simples de caridade, com certeza uma hora nosso pai celestial, nos pagará. Muito mais do que os valores estipulados em uma bela e colorida tabela de preços ou um presentinho para o ego dos mediuns.
"Dai de graça o que de graça recebeste"

Saravá aos amigos

Rafael d´Ogum


  

Alteração do Calendário

ATENÇÃO

Não será realizado a Festa do Pai Ogum dia 23/4. Por motivos internos.
Mas não será por isso que não iremos sauda-lo nesta data.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Respeito aos Médiuns

A maioria dos blogs e sites sobre Umbanda que vemos por aí, encontramos muitas lendas e histórias sobres as entidades, como fazer ebós, despachos, oferendas e mandingas, uma confusão entre Umbanda e Religiões-Afro, mas muito pouco sobre o nosso respeitadissimo sr. Zélio de Moraes, o médium que nos apresentou, por meio de suas entidades a Umbanda, acho que falando pouco sobre ele fica mais facil para abstrair os reais conceitos da Umbanda.
Mas, menos ainda se fala sobre a história contemporânea da nossa amada Umbanda, pouco se fala sobre nossos médiuns (muito se diz sobre a formação de novos médiuns, quase que temos curso EAD sobre mediunidade), só que quantidade não é qualidade.
Sei que devemos cuidar para que nossos egos não atrapalhem a verdadeira vocação da Umbanda, para que nossos sentimentos não interfiram na humildade que nossas entidades tanto pregam. Mas hoje temos médiuns que deveriam ser pelo menos citados.
Chegou ao meu conhecimento uma senhora de 90 anos que é médium de Umbanda em um bairro periférico de Viamão-RS, fui conhece-la, ela trabalha com um caboclo de Ogum. Vou repetir para frisar bem, essa senhora tem 90 anos e TRABALHA com um caboclo de Ogum, prestando caridade a quem precisa. Se vão mais de meio século na religião, imaginem o quanto de conhecimento uma pessoa dessa tem para nos passar? Quantas histórias ela pode nos contar? E nós achando que sabemos alguma coisa! Creio que nem o google tem tanta informação. E assim como ela, com certeza existem muitas pessoas espalhadas por aí podendo servir de inspiração para nós, nem só pela idade e sim pela vivência. Devemos saber que a Umbanda é a religião onde todos os espiritos podem se manifestar para o bem, mas sem os médiuns certos, o trabalho deles ficaria prejudicado.
Se quisermos retornar a raiz dessa arvore frondosa que é nossa querida e amada Umbanda, devemos beber de fontes assim como essa senhora.
Vamos reverenciar nossas entidades, mas não podemos esquecer dos médiuns.

Luz no caminho de todos os médiuns.

Rafael d´Ogum

Caridade não é negócio!

À alguns anos atras, eu passava por alguns problemas de ordem pessoal, e estava completamente sem rumo.  Eu estava em Quarai, onde procurei alguns "pais-de-santos" que me falaram que para as coisas mudarem para mim deveria fazer alguns despachos, me deu uma lista de materiais, que tinha alem de outras coisas, duas galinhas, e mais um valor que seria a "mão do pai-de-santo", em torno de R$400,00. Digamos que esse "pai-de-santos" havia jogado para mim e havia visto o um dos meus problemas era financeiro (como de todo mundo que eu conheço), disse esse senhor, que por respeito não colocarei o nome aqui no blog, que apenas essas oferendas poderiam "resolver" meus problemas. Entrei num certo desespero, pois não conhecia absolutamente nada sobre a religião de Umbanda e/ou religiões-afro, precisava de um pai-de santo mais barato ou que "pedalasse" esse serviço.
Morava em Bagé, no interior do estado, uma tia paterna que era cacique de Umbanda, fiz contato com ela por telefone suas palavras trouxeram-me um pouco de paz, mas ainda habitava em meus pensamentos tudo aquilo que me tinham dito. Tomei uma decisão e fui à Bagé encontrar com a minha tia, provavelmente ela faria para mim esse despacho e suas condições de pagamentos, ficaria mais facil para mim.
Mas para surpresa minha, quando cheguei lá, ela ja estava sabendo o que estava se passando, era uma tia que eu tinha pouco contato, e não teria como saber os detalhes como ela sabia. Na primeira noite, ficamos até umas 3 da madrugada conversando e ela me falando coisas que haviam aconteceido comigo e que jamais havia contato para alguem. Também, ela olhava para meu lado e descrevia pessoas, parentes a amigos próximos que ja haviam desencarnados e que provavelmente ela não teve contato nesse plano, dando-me noticias e dizendo que eles estavam mandando me avisaram que estavam comigo, para me ajudar a passar por esse momento complicado. As horas foram passando e eu me assustando com a minha tia, fomos deitar, pois no dia seguinte, iríamos para a empresa de meu primo.
Na manha seguinte, eu fiquei em casa com minha avó, e a tarde, fui para o escritório com minha tia, la chegando, comecei a perguntar sobre a mediunidade e ela me explicando mais ou menos como era ser médium, que ser médium não tem hora e nem local, por que você pode estar em casa e receber uma mensagem, ou uma "visita", sinceramente, eu estava achando tudo muito estranho, parecia um filme de ficção. Derrepente, ela olhou para a porta e baixou os olhos em um movimento de respeito, me perguntou se eu não via nada, olhei para a porta e descrevi a paisagem que via. A tia então descreveu um homem, vestido como um Lord, dizendo que queria conversar comigo, mas como se eu não o via e não o ouvia, então ela ligou para esse meu primo afirmando que iria "trabalhar" à noite, pois tinha um Exu querendo falar comigo. Fiquei assustado, mas a tia falou essas palavras:
 - Rafa, a entidade que quer falar contigo, é um Exu de muita luz, Falou para tu te acalmar que à noite ele vai te explicar muita coisa, ele é um homem muito bonito e elegante.
Esperei a noite chegar, fazendo minha tia abrir o salão, junto com meu primo, para uma seção particular, sem entender muita coisa, derrepente, estavam os dois encorporados com dois exus, não direi o nome das entidades, mas posso dizer que são da mais alta linhagem, que começaram a falar sobre minha vida, de maneira bem clara e direta, dando detalhes e indo mais além, dizendo que as coisas iriam mudar sem precisar matar as coitadas das galinhas, comprar nada daquela lista ou pagar a "mão da mãe-de-santo", pois eram entidades de Umbanda e a Umbanda é a religião onde os espiritos trabalham pela caridade, e onde há qualquer tipo de troca, seja financeira ou de favores, não há caridade. Me disseram algumas coisas que iriam acontecer no decorrer dos anos e que eu iria ter as confirmações quando essas "coisas" viessem a acontecer. Dito e feito, o meu problema me foi explicado, as coisas foram acontecendo, minha admiração por aquela tia foi aumentado, e as galinhas não foram mortas. 
Mais ou menos um ano depois disso, decidi que assim como a minha tia havia me ajudado, eu gostaria de um dia poder ajudar alguem, e comecei a estudar e tentar entender sobre essa fantástica religião realmente brasileira que é a nossa amada Umbanda.
Assim começou minha história de amor com essa religião impar, minha tia hoje esta desencarnada, mas sei que ela empunhou a bandeira de Oxala. E eu pretendo um dia poder fazer por alguem metade do bem que ela me fez. Obrigado tia.
Não entrei na Umbanda pelas mãos dela, mas isso fica para um próximo post.

Saravá "tia Cleiva".
Saravá aos irmãos de fé.
Saravá aos que fazem da Umbanda uma ferramenta para a prática da caridade.

Rafael d´Ogum

sábado, 9 de abril de 2011

PRETO-VELHO NA UMBANDA

São espíritos extremamente evoluídos, que se apresentam em um corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas.
E com essa forma humilde evitam intimidar as pessoas que os procuram a fim de resolver problemas diversos.
Com este subterfúgio, conseguem maior proximidade com o consulente e ensinam como as pessoas podem aprender com os próprios erros e como fazer para avançar na escala espiritual.
Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade.
São um ponto de referência a todos que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Não tem raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e tortura a que foram submetidos no passado.
Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão, pois, no processo cíclico da reencarnação, passaram por muitas vidas anteriores, foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados e outros.
Mas para ajudar aqueles que necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporativa de Preto-Velho, assumindo essa forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os procuram em busca de ajuda.
São os verdadeiros doutrinadores dentro da Umbanda, são mestres da sabedoria e humildade.
Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito.
Com seus cachimbos e sua fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam independente de sua cor, idade, sexo ou religião.
São extremamente pacientes com seus filhos e como poucos, sabem incutir-lhes os conceitos de Karma e ensinar-lhes resignação, mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação, podem aliviar os sofrimentos do Karma e elevar o espírito para a Luz Divina, fazendo com que as pessoas entendam seus problemas e suas soluções dentro da Lei de Causa e Efeito.
Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente.
Quando a pessoa se fortalece e cresce, consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos, ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega.
Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida.
Por isso quando falar com um Preto-Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.
Para muitos os Pretos Velhos são conselheiros, mostrando a vida e seus caminhos, para outros são psicólogos, amigos, confidentes e mentores espirituais.
São também mandingueiros poderosos, com seu olhar perscrutador, sentado em seu banquinho fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para a limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e consulentes.
Conhecedores profundos da Magia Divina e manipulação das ervas, combatem as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas e auxiliados pelos Exus desfazem trabalhos.

Exu, nossa doutrina faz a diferença

Os Exus nada mais são do que o mais perfeito reflexo das pessoas. Se somos pessoas que em nosso íntimo, temos problemas de carater, somos ciumentos, não praticamos a caridade e muito menos o amor ao próximo, não somos educados e compreensivos. Estamos "criando" em nosso sub-consciente um ambiente quase que umbralino. Cada tipo de ambiente tem um tipo de morador.
Criando uma atmosfera de baixa vibração, estaremos convidando quem para vir habitar? E esses seres que vem habitar em nossas vibrações, gostariam de uma mudança de atmosfera?
E quando mais passa o tempo, mais difícil tornasse modifica-la. Isso atrai Exus pouco evoluídos, seriam Exus Pagãos ou até mesmo kiumbas, que não considero Exu.
De acordo com a evolução nossa, se altera a nossa "luminosidade" e isso atrai ou repele, aquela "lei" que diz "que os opostos se atraem" na espiritualidade não funciona muito bem, se elevamos nossas vibrações sempre que possível, estaremos nos adaptando a receber visitantes mais iluminados, já se gostamos e ficamos na escuridão, a escolha é nossa, e nossas companhias dificilmente serão agradáveis.
Exu precisa de condições adequada para evoluir e trabalhar, essa condição somos nós médiuns que damos. para que os exus policiem a espiritualidade, devemos que policiar nossos pensamentos e nossa vibração.
"Orai e vigiai", Orai a Deus pai todo poderoso e vigiai vossos pesamentos, para que não se afaste da luz.

Outra coisa que acontece muito é o mau uso do nome da Umbanda, que denigre a imagem dos guardiões. O C7E afirmou que nenhuma entidade da Umbanda exigiria matanças ou qualquer tipo de recompensa material, mas muitas terreiras  pseudo-umbandistas, os Exus são feitos com sangue, e pedem cada vez mais coisas absurdas para que os consulentes consigam seus objetivos. Muitos "pseudo-exus" de umbanda, afirmam até praticar o mal, em troca de alguns mimos, dizendo que o bem e o mal, são relativos, por depender do ponto de vista. Os exus de Umbanda, esses sabem que o ponto de vista correto é o de Deus, "não faça para os outros o que não gostaria que fosse feito para você".

Então, devemos escolher que ambiente astral criamos para nós, se queremos realmente atrair, entidades com luz ou revoltadas com "a vida"? Se queremos verdadeiros Exus ou kiumbas mistificadores? Se somos filhos de Umbanda ou não?

Muita luz e disernimento meus irmãos.
Ajudando essas entidades trabalhadoras e alegres a evoluir, evoluiremos também!

Rafael d´Ogum

O Guardião da Meia- Noite

De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma idéia de quem é Exú:

“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer.
Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor.
Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado.
Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor.
Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se.
Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se.
Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.
Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas.
Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar.
Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer.
Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas.
No meu reino eu mando e sei me comportar.
Não peço o impossível, mas dou o possível.Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.Só respeito a Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais.

O UMBANDISTA VERDAEIRO OU DE FIM DE SEMANA

Dentro dos milhares de terreiros espalhados por esse país e pelo mundo, podemos encontrar casas cheias de “médiuns”, todos, ou quase todos, presentes no dia de sessão, a fim de cumprir, por mais uma vez sua missão.Entretanto, podemos identificar facilmente dois grandes grupos de Umbandistas: o Umbandista Verdadeiro e o Umbandista de fim de semana.  Apesar de ser impossível verificar apenas na aparência em qual grupo determinado médium se encontra as atitudes, os pensamentos, a preparação do adepto deixa claro sua classificação. Essa classificação deve ser feita intimamente por cada um que se diz “Umbandista”, colocando em uma balança seus atos.Mas, genericamente, podemos defini-los dessa forma:

O Umbandista verdadeiro, não deixa de ser Umbandista quando os atabaques do terreiro silenciam.
 Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado. 
Pois sabe que é aqui fora que se deve por em prática todos os ensinamentos dados pelos guias na sessão, é o momento que se realiza a grande e verdadeira Gira da vida.

O Umbandista de fim de semana, além de reclamar da duração do trabalho, pois é cansativo ficar em pé algumas horas a cada semana, ou a cada quinze dias, deixa de ser Umbandista com o término dos trabalhos.
 Não vê a hora de ir embora e voltar para sua rotina habitual. 
Quando indagado sobre sua religião, tem vergonha, esconde, mente ser de outra, e não faz questão nenhuma de por em prática aquilo que aprendeu.

O Umbandista verdadeiro é aquele que se orgulha de sua religião, não teme assumi-la publicamente, ou ajudar aquele que precisa.
 É aquele médium interessado, que sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como funciona sua religião e a espiritualidade.


O Umbandista verdadeiro tem amor à sua casa religiosa, pois entende que é nesse solo sagrado que seus Orixás e seus guias se manifestam, além de ser uma escola onde desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral.  Busca auxiliá-la em tudo que precisa, tem zelo, tem capricho.

O Umbandista de fim de semana lembra-se de seu terreiro apenas nos dias de sessões, e não se preocupa se tudo está em ordem, ou se a casa encontra-se em bom estado, pois, apenas quer “ficar” àquelas horas ali e ir embora.

O Umbandista verdadeiro conta os dias para que chegue a próxima sessão.
Programa sua vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia, pois, trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o Umbandista verdadeiro desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior, evitando o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e fazendo seu banho de descarga, pois sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu templo e em sua matéria. 
Precisa estar bem, para socorrer aqueles que lá estarão precisando de auxílio.

O Umbandista de fim de semana quando nota que naquele fim de semana terá sessão, já faz cara feia e pensa “não acredito, isso de novo!Nem deu para descansar”.
 Qualquer motivo é motivo para não ir ao terreiro. Se o tempo está frio, chuvoso ou muito quente, não vai. Se “não está afim” arruma qualquer desculpa e não vai. Se espirrar, se pegar uma gripe ou resfriado leve, também não vai. E esquece-se, que muitos irmãos doentes procuram nossas casas em busca de alívio para seus males. Qual seria a lógica de um filho de fé não ir, se seria essa a oportunidade de encontrar sua cura? O Umbandista de fim de semana no dia de sessão age como se fosse mais um dia comum. Cultiva vícios, más palavras, más atitudes e intrigas. Não tem noção de que a espiritualidade já está agindo e que seu comportamento prejudica seriamente seu desenvolvimento.


O Umbandista verdadeiro realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz, faz com fé e amor, pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma, auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava. Não se desespera com as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.

O Umbandista de fim de semana duvida do que professa. Não tem certeza das manifestações.
 É aquele que acredita que sendo Umbandista, nunca mais terá problema de saúde, que nunca mais terá problemas financeiros. Quando tais problemas aparecem, revolta-se e mais uma vez põe em dúvida sua religião. 
É aquele que acredita serem as entidades verdadeiros “gênios da lâmpada”, que tudo que ele pedir e quiser, elas terão que dar... Acredita que não haverá mais contratempo e que não passará por provações, pois as “entidades não vão o deixar sofrer”.

E você meu irmão de fé? Em qual grupo de Umbandista está?

Se está na dos Umbandistas Verdadeiros, parabéns, continue buscando o aperfeiçoamento de sua fé e cumprindo sua missão.

Mas, se você está no grupo dos Umbandistas de fim de semana, é sinal que algo em sua vida está errado.
 Ainda é tempo de mudar! Aproveite essa oportunidade, pois o Reino de Oxalá é grandioso e iluminado, mas temos que merecer estar lá. 
Todos podem lá chegar, desde que façam sua “reforma íntima”, mudando a maneira de agir e de pensar, confiando mais naquilo que professa, cultivando as coisas positivas, buscando a elevação e entendendo que a Umbanda é a oportunidade que Deus nos deu para corrigir nossos defeitos, livrar-nos de nossos vícios e alcançar o progresso espiritual.

Ainda há tempo! Avante filhos de fé!



Fonte:
http://soufelizporserUmbandista. blogspot. com/2009/ 09/o-Umbandista-v
  

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Calendário Abril/11

Em nossa humilde Tenda de Umbanda, as seções de caridade sempre tem início as 20:30.

Dia ......Caridade de
09........ Caboclos
15........ Pretos-velhos (interna)
23.......  Festa em homenagem ao Pai Ogum
29.......  Exu

Aguardamos sua presença.
Para qualquer duvida - (51) 9146 4658

Rafael d´Ogum

terça-feira, 5 de abril de 2011

Abril, mês do Pai Ogum

Ogum. Nosso glorioso "General de Umbanda", vencedor de demandas e poderoso guardião.
Empunhando sua espada e sua lança, cobrindo os filhos de Umbanda com seu manto e protegendo-os com seu escudo, este é um dos Orixas mais cultuados, Ele é aquele que compra a briga do justo e vai até o fim, sem nunca deixar seu protegido na mão, emprestando-lhe força e determinação.
Uma das 7 linhas originais na Umbanda, ensinadas pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, sincretizado por São Jorge do catolicismo.

O senhor da guerra, também é considerado o senhor dos caminhos, tem em seus caboclos verdadeiros mensageiros de força e fé, e em seus filhos, pessoas que batem de frente, pouco diplomaticas porem, politicamente corretas. Não tem medo de nada, quase nada.
Extremamente passionais e autoritárias. costumam criar muitos desafetos ao longo da vida, devido a sua franqueza e falta de flexibilidade. Mas sabem valorizar e conservar os poucos e vardadeiros amigos.
Os filhos de Ogum não gostam da rotina e nem do previsivel demais. Necessitam desbravar novos caminhos e conquistar novas vitórias.
Filhos de Ogum são os melhores amigos que se pode ter e o pior inimigo que se pode fazer. Sempre defensor do justo, entretanto muito obstinado com a tendência de fazer justiça por conta própria. Atitude esta, não aprovada pelo Orixa, o filho de Ogum tem que aprender que não é Ogum e sim filho da energia. Cabe ao filho pedir justiça ao pai e não realiza-la.

Dia 23 de Abril é o dia de Ogum.
O Orixa que não conhece derrotas.


Ogunhê meu Pai, obrigado por tudo.

Rafael d´Ogum