segunda-feira, 31 de março de 2014

Cabocla Jurema

Nesse texto falaremos um pouco da Cabocla Jurema, Cabocla linda, tão conhecida e tão sagrada para nós umbandistas, que até existe um culto com seu nome.     
Acredita-se até que a árvore da Jurema é sagrada onde reside os Orixás, e é desta árvore que se faz a base do chá chamado "Daime".  
Esta Cabocla linda é a Rainha das Matas, filha mais velha do Caboclo Tupinambá. Ela teve mais duas irmãs chamadas: Jupira e Jandira, que da mesma forma que a Cabocla Jurema, são poderosas Entidades de Luz, e tem seus trabalhos dentro da Umbanda muito bem vistos e respeitados.     
A Cabocla Jurema presta sua caridade em qualquer Casa de Cultos de Umbanda. Faz isso somente por caridade, não admitindo de forma alguma cobranças pela consulta ou trabalhos. Sua legião é constituída de grandes Entidades Espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores, utilizando o processo de curas através de passes magnéticos, ervas e suas vibrações espirituais.  Normalmente a Divina Entidade Cabocla Jurema, quando está trabalhando, atrai as vibrações de todas as caboclas Juremas, ou seja, Jurema da Cachoeira, Jurema da Praia, Jurema das Matas, ou de todas as vibrações que se enquadram nessa força espiritual.     Na realidade todas são uma única vibração que trabalham com ambientes da natureza, como por exemplo: Lua, Sol, Mata, Chuva, Vento e todas as vibrações naturais. 
 A Cabocla Jurema trabalha dentro da necessidade de cada pessoa, transmitindo coragem e energia. Tem sempre uma palavra de alento e conforto para aqueles que sofrem de enfermidades, sejam enfermidades físicas ou mentais.  Essa linda Cabocla nos ensina a entender as dificuldades e nos dá coragem para suportá-las. Em qualquer lugar onde você esteja, quando o desespero tomar conta, e a coragem lhe faltar, chame com fé pela Cabocla Jurema, e sentirá sua força lhe protegendo e lhe amparando. A Cabocla Jurema, sendo igualmente uma entidade espiritual que trabalha na linha de Oxossi, é uma "cabocla", ou divindade evocada no Catimbó, cultos Afro-brasileiros e mais prestigiada e respeitada na Umbanda.  Sendo Entidade Guia Chefe da Linha de Oxossi, ela trabalha na legião constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores e mais necessitados, utilizando o processo de passes e curas através das ervas e pontos riscados. Chame pela Jurema nas horas de dificuldade, pois essa cabocla sempre estará ali para ajudar seus filhos de Fé.     
Existem várias dissidências dessa Entidade. Sabendo que a maioria dos aparelhos de ação da Cabocla Jurema serem filhos e filhas ligados a Iansã, pois é sua vibração Original, existem ainda outros tipos de irradiação constituída em vibrações de outros Orixás, fazendo sua ligação vibratória com Caboclos da mesma linha, conforme relação abaixo:

 Cabocla Jurema da Praia. 
Ligação com a Orixá: Iemanjá. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Pedreiras. 

Cabocla Jurema da Cachoeira. 
Ligação com a Orixá: Oxum. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo Lírio. 

Cabocla Jurema da Mata. 
Ligação com o Orixá: Oxossi. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo Rompe Mato. 

Cabocla Jurema Flecheira. 
Ligação com o Orixá: Xangô. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Flechas. 

Cabocla Jurema Rainha. 
Ligação com Orixá: Oxalá. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo Girassol. 

Cabocla Jurema da Lua. 
Ligação com o Orixá: Ogum. 
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Montanhas. 

Como já foi dito anteriormente, a Cabocla Jurema vem na maioria das vezes com a vibração da Orixá Iansã, portanto não tem uma especificação a essa Orixá como foi feito acima com os outros Orixás.     A Umbanda tem em Jurema uma força suprema, um respeito digno de uma rainha, um amor grandioso a essa maravilhosa e linda Cabocla. 

Saravá a nossa Cabocla Jurema. Palestra motivacional

sexta-feira, 28 de março de 2014

Sintonize-se

A energia do ambiente pode ou não, nos influenciar no dia-a-dia. Isso depende do que permitimos que tenha mais valor e afinidade conosco.
A malha energética da terra é composta por muitas vibrações diserentes, umas mais suaves e outras mais densas, umas mais leves e outras mais pesadas, umas mais claras e outras mais escuras.
Todos esses padrões vibracionais habitam, de modo geral, os mesmos ambientes.
Os magos e feiticeiros se afinizam com determinadas faixa vibratórias para a realização de seus trabalhos.
Eles, magos e feiticeiros, simplesmente canalizam essas energias, focando em seu alvo vibratório.
Mas nem todo feitiço, encantamento ou magia da certo, por que não é sempre que o "alvo" permite ser "alvejado". Pois para o manipulador energético conseguir o resultado esperado, é necessário que a energia enviada vibre do forma idêntica ou semelhante ao receptor.
É como o aparelho de rádio, que independente da quantidade diferentes de ondas de transmissão que chegam até ele, ele só vai tocar a música que estiver passando na frequência que ele estiver sintonizado.
Então amigos, sintonizem-se com as vibrações mais evoluídas, que assim, as baixas energias não tocarão em suas vidas.


Rafael d'Ogum

segunda-feira, 24 de março de 2014

Preto-Velho em um Centro Espírita

"Dando início a uma destas reuniões mediúnicas num centro espírita orientado pela doutrina de Allá Kardec, foi feita a prece a abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado, a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito...O dirigente Sr. Antenor, como sempre fez nos seus vinte anos de prática espírita, deu-lhes as boas-vindas, em nome de Jesus.

- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade.

O espírito respondeu:

- Boa noite fio. Suncê me dá licença pra eu me aproxima de seus trabaios, fio?

- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir. – respondeu o dirigente da mesa. Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto-Velho. A entidade continuou:

- Vós mecê não tem ai uma bebida pra eu bebê, fio?


- Não, não temos.Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O espírito precisa evoluir – disse-lhe o Sr. Anestor.


- Vósmecê, num tem ai um pito? To com vontade de pita um cigarrinho, fio.

- Ora meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?

O Preto-Velho respondeu :

- Preto Veio gosto muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, fio? Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos finar de semana? Vós mecê pode me explica a diferença que tem o seu Espírito que beberica whisky do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explica pra mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pita aqui dentro?

Sr.Anestor não pode explicar, mas resolveu arriscar :

- Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita é preciso respeitar os trabalho de Jesus.

Fio, ou se suncê preferi...Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar. Houve grande silencio diante de tal argumentação segura.Pouco depois, o Espírito continuou :

- Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabaio. Vou-me embora pra donde vim, mas antes, fio, queria deixa a suncêis um conseio: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Sinhô, tem gente coando mosquito e engolindo camelos. Cuidado irmãos, muito cuidado. Preto-Véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militem nesta respeitável Seara.

Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anertor ainda quis perguntar-lhe o porque de falar "daquela forma", mas não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem."


(Isso aconteceu na Casa Espírita Seara Bendita e foi repassada por uma das médiuns presentes).


quinta-feira, 20 de março de 2014

O poder da gentileza

Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro singelo, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:
- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.
- Mas, doutor, não dispomos de recursos... - considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.
- Que fazer?
- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.
O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escaninho e acrescentou:
- O senhor não pode intervir na administração.
O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...
Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.
Lá comentando, na oração silenciosa:
- Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?
Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.
O movimento era enorme.
Muitas compras. Muita gente.
Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:
- Meu velho, venha cá.
O professor acompanhou-a, sem vacilar.
À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:
- Traga-me esta encomenda.
Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.
Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:
- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?
- Perfeitamente - respondeu o interpelado -, dê suas ordens.
Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.
Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.
Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.
Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.
- Não pense nisto - respondeu com sinceridade -,tive muito prazer em ser-lhe útil.
No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.
Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n'alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.
A bondade dele vencera os impedimentos legais.
O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.
A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.



Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã.
Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.
11a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Símbolos Ciganos

TAÇA – simboliza união e receptividade. Qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.

CHAVE – simboliza as soluções. É usada para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave, quando em trabalho, costuma atrair sucesso e riquezas.

ÂNCORA – simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro e para se livrar de perdas materiais.

FERRADURA – simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.

LUA – simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo, atentando-se sempre para as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia.

MOEDA – simboliza proteção e prosperidade. É usada contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que são representadas pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.

PUNHAL – simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado nas cerimônias ciganas de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos e em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

TREVO – simboliza a boa sorte. É o símbolo mais tradicional de boa sorte, traz felicidade e fortuna. É raro encontrar um trevo de quatro folhas na natureza, mas quando se encontra pode-se esperar sempre prosperidade.

RODA – simboliza o ciclo da vida. A Samsara representa o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento. É usada para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio, é o grande símbolo cigano e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) – Literalmente significa “viajando”, o ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance a liberação. Vurdón (romanês ou romani – dialeto cigano) significa “carroção”.

CORUJA – simboliza “o ver totalmente”. É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver a totalidade: o consciente e o inconsciente.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sem Desânimo

A dor te visitou, sem aviso prévio.É compreensível que a emotividade te envolva, diante de acontecimentos que te atingirem no âmago do ser.
Contudo, procura raciocinar.
Lembra-te do amparo de Deus, que já te sustentou em outras situações difíceis.
Recorda as palavras de Jesus, prometendo consolação aos que sofrem.
Lembra-te dos amigos espirituais que te guiam e vem sustentando os passos, por entre os caminhos espinhosos.
Equilibra-te na certeza de que o tempo é solucionador natural de todos os problemas que não possas resolver de imediato.
Confia em Deus e segue para frente.
Amanhã compreenderás melhor as razões das dores, que, hoje padecem incompreensíveis.
* * *
Clayton.
Ditado pelo Espírito Augusto.
http://www.espirito.org.br/portal/mensagens/m1123.html

terça-feira, 11 de março de 2014

Doar-se

Todo trabalhador das sagradas linhas da umbanda, tem uma missão, de tornar esse planeta que habitamos atualmente, melhor para isso deve doar-se em vida e em morte, tentando assim diminuir a dor e o sofrimento dos seus irmãos em Deus.
Doar-se em vida é seguir os ensinamentos do mestre Cristo, sendo honesto consigo próprio e com os outros, sendo humilde, trabalhador e caridoso. Se doar em vida é se libertar do egoísmo, vivendo a vida de forma leve.
Doar-se em morte, é a prática do desapego, é quando deixamos para trás o veículo físico que já não nos serve mais. Mas como abandonar o corpo material, que tanto nos ajudou, sem pelo menos, tentar ajudar um, ou mais necessitados, como a nossa missão orienta. Tentar fazer desse mundo, um mundo melhor, com menos sofrimento e mais alegrias.
Doe seus órgãos, eles a fizeram a parte deles com você e agora é chegada a sua vez de fazer a sua parte com eles.
Quantas vidas mais você ajudará?
E o espírito pode também doar-se?
Claro que sim, como nossos guias e mentores, que são exemplos ‘’vivos’’ de doadores abnegados em nome da caridade cristã.
Mas para chegarmos a esse nível, vamos precisar aprender, desapegar e doar-se muito.

Doem-se.


RAFAEL  D’OGUM

segunda-feira, 3 de março de 2014

Carnaval e a Umbanda

Muitos espíritas ingenuamente julgam que a participação nas festas carnavalescas não acarreta nenhum mal a integridade psico-espiritual. E de fato não haveria prejuízo se todos brincassem num clima sadio, de legitima confraternização. Infelizmente, porém, a realidade é bem diferente. O Espiritismo esclarece que a humanidade está o tempo todo em companhia de legiões de seres invisíveis recebendo boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que se encontre cada indivíduo. Essa massa de espíritos inferiores aumenta consideravelmente nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval.

Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis.

O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. A folia já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava Bacanalia; na velha Roma dos Césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, foi chamada de Saturnalia onde nessas ocasiões se sacrificava uma vítima humana.

Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta: o que de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos. Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo e a matéria com inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento.

Mas, do mesmo modo como se pode ser facilmente dominado pelos maus espíritos quando sintonizados na mesma freqüência de pensamento, também se obtém pelo mesmo processo o concurso dos bons, aqueles que agem a favor dos indivíduos em nome de Jesus. Para isso, basta estar predisposto a suas orientações, atentos ao aviso de "orar e vigiar" que o Cristo deixou há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a prática da caridade desinteressada.

Como o imperativo maior dos espíritos é a Lei de Evolução, um dia todas essas manifestações ruidosas que marcam o estágio de inferioridade tendem a desaparecer da Terra. Em seu lugar, então, deve predominar a alegria pura, a jovialidade, a satisfação com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade.

Por maior que seja a fé de um ser diante de festas como o Carnaval, os riscos de contrariedades e aborrecimentos são muito grandes e para isso é preciso redobrar a vigilância pois como disse o apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.


Autor: Texto editado da Revista Visão Espírita. “O Espírita e o Carnaval” de Pedro Fagundes Azevedo