sábado, 5 de janeiro de 2013

Ser médium é um privilégio que traz responsabilidade!


Por Fátima Damas(*)
O médium necessita dar boa condição à incorporação do seu Guia através da sua formação moral, de bons pensamentos e boas atitudes. A vida nos dá oportunidades diariamente para revelarmos essas condições: com os amigos, com os vizinhos, com os familiares e até com os inimigos, pois precisamos contar até dez antes de respondermos à uma ofensa.
Normalmente dizemos: Eu não aturo desaforos, quando deveria ser dado ao desafeto uma palavra boa, um bom pensamento, isso quase ninguém faz. Até os animais sentem a energia de um pensamento positivo, pois só o amor é capaz de abrandar as feras.
Se não houver no médium esse sentido de amor universal, nunca será um bom médium. Poderá ser pontual no trabalho, mas é duvidoso dizer que o espírito que dele se aproxima seja um espírito de luz, pois poderá ser um espírito terra-a-terra igual a ele.
Umbanda não é só o trabalho de Terreiro e existe muita coisa que se faz e que só pode ser ensinado aos médiuns que já estejam preparados e em condições para receber, do contrário seria o mesmo que colocar uma arma nas mãos de quem não sabe manejá-la.
Uma Entidade não pode transferir seus conhecimentos sem que haja muita segurança. O grande obstáculo à aquisição dessa segurança é a vaidade. Grande parcela de médiuns quer ser os tais, procurando terreiros onde eles possam aparecer; isso é muito perigoso. O médium precisa ser amparado, orientado e lapidado. Mas como se pode preparar totalmente um médium se o mesmo não tem condições morais para tal? Como se pode dar conhecimentos a um médium que tem ódio no coração, que não conhece o perdão, que não sabe amar?
Todos têm o direito de não concordarem com determinados fatos que ocorrem dentro do terreiro; é permitido discordar do próprio Guia Chefe (desde que tenham razão). Na parte material, os médiuns têm o direito e dever de expôr os problemas, de dizer honestamente aquilo que não estão gostando, que não está certo. Pois isso é uma crítica honesta, leal e construtiva. Mas a crítica que se faz nos bastidores, têm o sentido de destruir. Muito mais honesto é falar de frente do que criticar negativamente, às ocultas.Quanto à parte espiritual, não se pode aceitar que os médiuns venham a se destruir, que um ache que o outro é negativo, que é fraco. Isso é amor? Isso é fraternidade?
Se quiserem vencer dentro de um grupo mediúnico é através da união, da fraternidade e do amor.
E mais:
* O médium deve zelar pelo seu procedimento moral e também pela higiene do seu corpo que seu Guia irá utilizar.
* Há banhos que os médiuns em desenvolvimento necessitam tomar. São forças que são atraídas para fortalecer a mediunidade. É a parte externa. A parte interna é a formação do sentimento, do caráter.
* Há necessidade de se atrair as forças da natureza através dos Orixás. Mas é difícil fazer isso isoladamente se o médium não tiver a consciência desperta para a vida espiritual.
* É preferível que os trabalhos junto à natureza sejam feitos em grupo comandados por quem tenha condições para tal.
* Não adianta fazer feitiço sem ser feiticeiro. Feiticeiro é quem sabe usar a força mental. Refiro-me ao mago branco e a magia das forças positivas da natureza. A outra magia que existe, não vale a pena aprender.
* Não é correndo de um terreiro para outro que o médium aumenta sua espiritualidade. É o sentimento de dever cumprido do médium para consigo mesmo e para com o seu Guia. Dê o contingente de valor ao seu Guia, procure elevar-se cada vez mais para que ele possa utilizá-lo como aparelho, para o bem do seu próximo!
* O médium consciente ouve e percebe que o que vai falar não é seu, que há uma inspiração dentro dele, uma força que o dirige. Ele é apenas um veículo dessa força. Ele se engrandece pela honestidade dos seus propósitos.
(*) Fátima Damas é Diretora Executiva da CEUB - Congregação Espírita Umbandista do Brasil, que tem a sua sede no Rio de Janeiro.

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