quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Mensagem Exu Capa Preta

A escuridão nem sempre é a falta de luz, é um caminho tortuoso, é andar sobre espinhos. Quem foi que disse que Exú não tem coração? Quem foi que disse que Exú não respeita a Deus? Quem foi que disse que Exú é vingativo? Quem foi que disse, pois é isso, todos dizem, todos falam de Exú, todos falam da Umbanda, pois atirar pedra, é mais facil quando se é na janela do vizinho. Pois é mais fácil odiar do que amar, é mais facil criticar do que respeitar, é mais facil se defender atacando. Não sou santo, nem defensor do agressor, mas quero a justiça, a palavra correta, e a língua sem veneno. Não me comprem, nem me dêem presentes, sou um mensageiro, sou um guardião, vivo na caridade, e não na escuridão. Guardião da Capa Preta

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O pouco que é muito

Para muitas pessoas, se mede a “força” do médium, com a quantidade de entidades que esse pode receber.  Como se quantidade fosse o mesmo que qualidade.
Não! Caros irmãos, não é. Não é necessário que o médium receba um caboclo de cada uma das 7 linhas da Sagrada Umbanda, ou que trabalhe com 49 Exus de uma falange, ou qualquer outra soma absurda para sabermos o quanto bom é o médium. Isso pode tronar-se até perigoso, se for tomado por regra.
A quantidade de entidades, pode representar a amplitude vibratória de um médium, mas não a evolução e a qualidade do trabalho do aparelho mediúnico ou das entidades atuantes.
O ideal seria se afinizar, antes de tudo, com uma entidade, pode até ser uma de cada banda (direita e esquerda), pois essas próprias entidades saberão o momento certo de aumentar a possibilidade de o médium receber outras entidades.
Se trabalharmos a amplitude mediúnica, sem focar na qualidade de transmissão da mensagem, corremos o risco de ter grande quantidade de trabalhos e pouca qualidade.
Vamos pensar nisso irmão, o que é pouco, pode muitos vezes ser o muito.

Rafael d’Ogum

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Abraçar a todos

Neste blog que escrevo e abordo temas relacionados a nossa Amada Umbanda, consigo colocar algumas das minhas visões sobre alguns assuntos, que me parecem ser necessários algumas explicações. Deixo claro sempre que não sou o dono da verdade, até por que a verdade é absolutamente pessoal.
A Umbanda nos dá condições de vermos as situações de formas bem diferentes. Não da para afirmar qual doutrina é mais correta que as outras, se é que existe uma doutrina mais correta que as outras. O que podemos afirmar é que todas as doutrinas, todas as formas de compreender as realidades, nos mais variados pontos de vista,  tem as suas próprias verdades. Nem mesmo os 7 Orixás cultuados são os mesmos sempre. Mas isso é por que devemos abranger, abraçar a todos. Nas mais diversas identidades culturais do povo que tem a necessidade de encontrar a Luz nos braços de Pai Oxalá.
Sempre repito algumas frases, que nos ajudam a entender, resumidamente, cada texto escrito por esse simples juntador de palavras. A frase que resumiria essas que coloquei acima, seria: “Aprenderemos com quem mais sabe e ensinaremos aos que menos sabem, pois essa é a vontade do Pai” (Caboclo das 7 Encruzilhadas).

Rafael d’Ogum

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Porque sou como sou?

Mensagem da Vovó
Venho como velha, curvada, cansada do tempo. Mas porque me apresento assim, se os entendidos dizem que espírito não tem idade? E preto, ainda mais velho, é espírito sem entendimento?
Venho desse jeito por vários motivos.
Para mostrar que a sabedoria vem com a experiência, com a vivencia e isso só ganhamos com a idade e o correr do tempo.
Para mostrar a humildade da fala simples, sem rebusco e pretensão, que está ao alcance de todos.
Para mostrar que o sofrimento bem aproveitado, também trás evolução.
Venho desse jeitinho, para acabar com o preconceito, de que preto e velho, não babem nada, não podem nada.
Mostrar que tudo que nasce na terra tem seu ciclo de vida, morte e renascimento. E mostrar que um dia talvez; você vai ficar assim também. Porque ninguém nasce pra semente.
Isso faz parte da minha missão!
Não era minha missão vim como criança, ou jovem e sim como velha e preta.
Quanto a espírito ter idade!? Quem disse que não tem?
A alma sim é infinita.
Mas o espírito também perece. Claro, que ele dura muito mais que a carne, mas também chega ao fim. E o que sobra é a alma, que é a centelha de Deus dentro de nós.
Ai você me pergunta: então espírito é uma coisa  e alma é outra?
E a veia responde: claro que sim!
O espírito é único, é individual. Mas a alma é universal. O espírito é um corpo, que vem depois da carne. Um corpo bem mais sutil, onde a mente trabalha, que guarda a alma.
A alma é o sopro de vida, que dá a vida a todas as coisas. A alma é Deus e Ele está dentro de todos nós.
Por isso que Dele nada podemos esconder. Por isso que somos o templo de Deus. É pó esse motivo que somos criativos e todas as coisas só existem, porque Ele permitiu que assim fosse. “Nenhuma folha cai de uma arvore sem o conhecimento e a vontade de Deus”
Quando tomamos conhecimento de nossa Alma e descobrimos (o que sempre soubemos) que ela é Deus em nós. Tornamos-nos uno com Ele, nos tronamos Ele. Então várias coisas que tinham sentido, deixam de ter. Várias necessidades deixam de ser necessárias. Estamos em Deus e Deus está em nós.
Poucos fora os que conseguiram atingir  essa consciência. E poucos daqui pra frente serão os que conseguirão. Mas não custa tentar. E nessa tentativa melhorar e galgar o caminho do bem, da compaixão, do amor e da caridade. Sempre com fé em Deus e nos Orixás. Aprendendo com os Guias e ajudando os que necessitam.

Eu sou Vovó Cambinda da Guiné e essa é minha mensagem para vocês.
Que Oxalá abençoe a todos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A PARÁBOLA DA ROSA

Certa vez, um homem plantou uma roseira e passou a regá-la constantemente. 
Assim que ela soltou seu primeiro botão que em breve desabrocharia, o homem notou espinhos sobre o talo e pensou consigo mesmo: "como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos?" 
Entristecido com o fato, ele se recusou a regar a roseira e, antes mesmo de estar pronta para desabrochar a rosa morreu. 
Isso acontece com muitos de nós com relação à nossa semeadura. 
Plantamos um sonho e, quando surgem as primeiras dificuldades, abandonamos a lavoura. 
Fazemos planos de felicidade, desejamos colher flores perfumadas e, quando percebemos os desafios que se apresentam, logo desistimos e o nosso sonho não se realiza. 
Os espinhos são exatamente os desafios que se apresentam para que possamos superá-los. 
Se encontramos pedras no caminho é para que aprendamos a retirá-las e, dessa forma, nossos músculos se tornem mais fortes. 
Não há como chegar ao topo da montanha sem passar pelos obstáculos naturais da caminhada. E o mérito está justamente na superação desses obstáculos. 
O que geralmente ocorre é que não prestamos muita atenção na forma de realizar nossos objetivos e, por isso, desistimos com facilidade e até justificamos o fracasso lançando a culpa em alguém ou em alguma coisa. 
O importante é que tenhamos sempre em mente que se desejamos colher flores, temos que preparar o solo, selecionar cuidadosamente as sementes, plantá-las, regá-las sistematicamente e, só depois, colher. 
Se esperamos colher antes do tempo necessário, então a decepção surgirá. 
Se temos um projeto de felicidade, é preciso investir nele. E considerar também a possibilidade de mudanças na estratégia. 
Se, por exemplo, desejamos um emprego estável, duradouro, e não estamos conseguindo, talvez tenhamos que rever a nossa competência e nossa disposição de aprender. 
Não adianta jogar a culpa nos governantes nem na sociedade, é preciso, antes de tudo, fazer uma avaliação das nossas possibilidades pessoais. 
Se desejamos uma relação afetiva duradoura, estável, tranqüila, e não conseguimos, talvez seja preciso analisar ou reavaliar nossa forma de amar. 
Quando os espinhos de uma relação aparecem, é hora de pensar numa estratégia diferente, ao invés de culpar homens e mulheres ou a agitação da vida moderna, ou simplesmente deixar a rosa do afeto morrer de sede. 
Há pessoas que, como o homem que deixou a roseira morrer, deixam seus sonhos agonizarem por falta de cuidados ou diminuem o seu tamanho. Vão se contentando com pouco na esperança de sofrer menos. 
Mas o ideal é estabelecer um objetivo e investir esforços para concretizá-lo. 
Se no percurso aparecer alguns espinhos, é que estamos sendo desafiados a superar, e jamais a desistir.

sábado, 4 de outubro de 2014

A conduta

Precisamos manter os olhos bem abertos quando o assunto for postura dentro de uma Tenda de Umbanda. Devemos cuidar nossos palavreados, nossas atitudes, nossos pensamentos, nossas roupas e nossas condutas. Independente se somos trabalhadores da casa, consulentes ou visitantes. Não apenas por respeito ao ambiente que é Consagrado e Sagrado, aos Guias e Orixás, mas também por compreender que lá é um local onde pessoas encarnadas e desencarnadas vão procurar auxílio para combater suas vicissitudes e fraquezas morais. Uma atitude desequilibrada, um pensamento desviado ou uma roupa imprópria, pode servir de gatilho para uma explosão de energias e sentimentos, não benéficos, nesses seres que procuram o reequilíbrio.
E isso pode ocasionar um desequilíbrio no trabalho que esta sendo realizado, e é comum que o alvo dessa explosão seja a própria pessoas que ocasionou a situação que chamamos de gatilho.
Logo, não cuidar de sua conduta, poderá ser muito prejudicial em vários sentidos, tanto para a pessoa que não teve a postura mais adequada, quanto à pessoa (encarnada ou desencarnada) que esta em tratamento, quanto aos trabalhadores da casa.
Cuidemo-nos irmãos.

Rafael d’Ogum

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Liturgia umbandista

Quando as pessoas vão à missa, não chegam apenas no momento em que o padre vai distribuir a hóstias, bem pelo contrario, as pessoas vão pelo ato litúrgico de um modo geral, pelas orações, pelos cânticos, pelo sermão, etc...
Por que as pessoas que frequentam as Tendas e Terreiros de Umbanda, acreditam que a Sessão só começa depois que as entidades pisam no mundo?
A Sessão começa muito antes disso, ela deve começar na hora em que o sacerdote/cacique reúne sua corrente em frente ao Conga, solicitando atenção e elevação mental para algumas palavras que, acreditem, devem ser ditas. No momento em que isso acontece e as palavras fluem da boca do presidente da Sessão, elas são mensagens coletivas, que em determinado momento servirão para todos ali presentes, não só para os encarnados, quanto para os desencarnados, e essas frases normalmente não surgem da cabeça do Cacique, mas sim, muitas vezes são orientações espirituais dos Guias.
Essa é a hora que devemos começar a abrir nossos corações para captarmos as mensagens que borbulham, nas entrelinhas, do texto desenvolvido no momento.
Às vezes nas consultas com as entidades, elas o que mais fazem é relembrar as frases proferidas antes de sua chegada.
Então irmãos, não foquemos apenas nas manifestações mediúnicas de uma Sessão Umbandista. Desde a conversa inicial, aos “discurso” do sacerdote são importantes para o bom desenrolar da consulta.

Rafael d’Ogum