quarta-feira, 7 de junho de 2017

Filho, a arvore que muito olhamos, não cresce.

Filho, a arvore que muito olhamos, não cresce.
Essa frase proferida por Pai Francisco de Aruanda, soou-me aos ouvidos de forma estranha. Justamente quando eu olhava um pé de arruda que havia plantado. Pensei que Pai chico esta me repreendendo por zelar demais esta mudinha, que não chega a ter um palmo de altura.
Comecei a filosofar internamente sobre o quanto é importante deixar a natureza tomar conta do que é natural, ou da importância de dar tempo ao tempo para que as coisas acontecessem, ou então que não se pode controlar tudo na vida, sei lá. O pensamento despertou e várias possibilidades surgiram e todas vaziam sentido. Mas eu sentia que algo estava faltando, esse ensinamento era mais profundo que isso. Ainda mais quando vem de um Preto Velho, como o Pai Francisco.
Passei o dia pensativo, tentando entender o real significado e nada.
Cheguei em casa, pos-me em meditação e quando olhei para o lado, lá estava Pai Francisco, pitando seu cachimbo e com seu sorriso calmo e brilhante. O velho mago me olhou e, tranquilamente, me explicou:
- Filho, todas as suas teorias estão certas, todas elas fazem todo o sentido, até porque no universo não há erros. Deus Pai é a primeira causa de tudo e o Homi não erra. ´´A arvore que muito olhamos, não cresce``, se encaixa em todas as situações da vida. Por exemplo, quando temos filhos e sempre cuidamos e zelamos seus, não os deixamos aprender a viver com a própria vida. Então, menino, pense que a melhor forma de vivenciar a vida é permitir que a vida trilhe seu caminho.
Pitou, novamente seu cachimbo, despediu-se e seguiu o seu caminho, como faz sempre que deixa uma mensagem, para que ela possa ser amadurecida e compreendida.

Saravá fraterno.


Rafael Hernandes

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