sábado, 4 de agosto de 2012

Detalhes da TAEPO


Em nossa Tenda, temos uma maneira bem particular de trabalhar, não somos nem melhores e nem pior, acredito eu, que ninguém, apenas somos diferentes. Não sou eu quem fala isso, são as pessoas que fazem de nossa pequena Tenda, um ponto de reequilíbrio espiritual.
Muitas casas tem, o que eu chamo de, Doutrina do Mistério. Não estou julgando e nem quero que façam diferente o que aprenderam por correto, mas na nossa Tenda não há cortinas no Congá e nem véus para serem retirados, quando o assunto é o funcionamento da casa. Quem já foi nos visitar pessoalmente, viu que o espaço físico não é dos maiores, e que as pessoas, uma por uma, são tratadas como indivíduos, e não como mais um consulente. Não existe apenas uma correntes espiritualista envolvida, mas sim um encontro de amigos, onde o respeito e o carinho são as maiores regras.
Nossa corrente mediúnica trabalha de uma forma mais leve, não há hierarquia, todos somos iguais, e não há alguem encarnado que dita as regras, as regras vem "do alto", e todos nós cumprimos. Há o Cacique, mas esse serve mesmo para orientar e não para cobrar. Não temos a prática de prender ninguém, seja médium ou consulentes, pois trabalhamos em uma casa de caridade e não em uma penitenciaria. Como o Caboclo das Sete Espadas sempre diz: "Os portões da Tenda estão sempre abertos para as pessoas entrarem, saírem e se quiserem, retornar. O livre-arbítrio é um direito de todos e sempre será respeitado."
Os rituais para os médiuns são simples, que serve para reforça-los energeticamente, pois não há nenhum tipo de ritual que traga mais resultado que o estudo correto sobre as lei da espiritualidade, com verdadeiras palestras ministradas pelos pais-velhos. Não há filhos-de-Santo, ou filhos-no-Santo; até por que não há a figura do Pai-de-Santo.
A corrente para de frente pro Congá, todos de mãos dadas, muito mais do que uma demonstração de união, mas sim por um sentimento de unidade. As entidades vão se fazendo presente e Eles conduzem as Sessões Caritativas de acordo com a necessidade das pessoas.
O encerramento é algo que sempre provoca um certo susto nas pessoas que vão pela primeira vez, após as entidades subirem, ou pelo menos, desmediunizarem seus aparelhos, todos integrantes da corrente, viram-se em direção aos consulentes, e em humildade, todos dão as mãos, médiuns, cambonos, visitantes e consulentes, para realizar as orações finais, pois todos somos irmãos e todos estamos tentando seguir o mesmo caminho. Há também a despedida, após a oração, todos os médiuns cumprimentam os consulentes um por um, beijando-lhes as mãos. Em sinal de respeito e carinho.
Depois, quase sempre, sentamos para uma boa conversa. Um pouco de doutrina, de histórias e bastante risadas, pois a Umbanda é leve e alegre.
Estou abrindo detalhes, pois não há o que se esconder, já que a caridade é simples, basta não dar nada, apenas se doar um pouco.

Que nosso Amado Pai Oxalá nos abençoe.

Rafael d'Ogum

Um comentário:

  1. Caro amigo Henrique, tu conhece nossa idéia de religião, sou grato por suas palavras. Captaste a essência do texto.

    Luz e ´Fé.

    Rafael d'Ogum

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