terça-feira, 26 de abril de 2011

Simplicidade x Boi de Piranha

Quando os boiadeiros das Américas do Sul e Central vão atravessar certos rios com seu gado, precisam sacrificar um boi para salvar os outros. Eles ferem ligeiramente o animal e o colocam no rio um pouco abaixo do lugar onde o resto do gado vai atravessar. O cheiro do sangue atrai um número grande de peixes pequenos e vorazes: as piranhas. A água parece ferver e fica vermelha. Depois de alguns minutos tudo o que resta do boi é seu esqueleto completamente liso. Enquanto isso, o resto do gado passa em segurança. É daí que vem a expressão popular "boi de piranha" .
E essa técnica, a espiritualidade vem utilizando em sua frente de trabalho. Como assim? Simples.
A espiritualidade tem em sua essência a simplicidade. Mas muitos de nós, até mesmo por falta de humildade ou conhecimeto, tentamos mistificar, inventar coisas, que enchem nossos olhos e esvaziam nossos corações. Não dificilmente, nos deparamos com terreiros, centros e tendas que mais parecem arvores de natal, com o tamanho colorido e luzes que piscam, para chamar a atenção. Não estou afirmando que essas casas não são de respeito ou que as pessoas que procurarem esses centros não terão um atendimento fraterno ou algo parecido, mas a "função" que a espiritualidade destinou para alguns desses centros facilita o trabalho para os centros menores e menos "brilhantes".
Se há uma tenda com paredes brancas e que não trabalha com alarde, ajudando um aqui e outro ali, por exemplo, tende à ter menos ataques de espiritos pouco evoluidos, vampiros e magos negros. Pois esses não "perderiam seu tempo" com pouca coisa, a grande maioria das vezes, essa coisa pouca, pode fazer a diferença.
O tamanho físico do centro, terreiro ou tenda, não quer dizer absolutamente nada. 
"O que adianta morar em uma mansão, se não se tem dinheiro para comprar móveis, e ter essa mansão enorme praticamente vazia? A mansão chamará mais a atenção dos ladrões."
Mais ou menos assim funciona a espiritualidade, as mansões, com os pisca-piscas chamam as atenções dos "bandidos" enquanto as pequenas e simples moradas não aguçam o interesse dos malfeitores.
Devemos ajudar a todos que estiver ao nosso alcance, e orar por aqueles que não estão. Não precisamos ter verdadeiros palacetes para receber nossos guias, nem se faz necessário uniforme para identificar ou padronizar uma corrente, nem devemos aparentar o quanto de força que nós temos, se é que temos alguma. A humildade é uma virtude que temos que pratica-la, muito mais do que prega-la.

A idéia para esse post veio de uma conversa com um amigo hoje pela a tarde. Quando notamos que a espiritualidade esta retornando à simplicidade. Ao comentarmos o quanto de pequenos centros estão sendo abertos, tanto na Umbanda quanto no Espiritismo, e entre outras linhas de trabalhos espirituais.

Paz e Luz

Rafael d´Ogum

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