sábado, 17 de dezembro de 2011

As cartas que recebemos, apenas entregamos

A Umbanda é mais que quatro paredes e um banquinho de Preto-Velho. É muito mais que um grito de Caboclo, uma magia de Exú, ou uma incorporação extasiante. Ela é sentimento, postura, força e devoção. É também trabalho, conhecimento, caridade, fé e amor.
A Umbanda não é brincadeira de incorporação e também não é lugar de discutir relações, de fazer julgamentos ou de mistificar a fé. Ela é lugar de gente imperfeita, porém séria que sabe o que é ter, ser, viver e dar. Afinal, na Umbanda acreditamos fielmente que ninguém é tão pobre, que não possa dar, e nem tão rico, que não possa receber.
Dessa forma, confiamos que a Umbanda é capaz de “dar” e “tirar” qualquer coisa, a qualquer um e a qualquer momento, desde que seja fruto do merecimento.
Assim, na visão dos praticantes da Umbanda, que reconhecem que nada é ao acaso, destacamos o princípio universal respeitado por quase todas as religiões, o livre arbítrio. E é neste exato ponto de tantos desencontros e falta de esclarecimentos que atuam nossas entidades orientando e ajudando a cada um de nós nesse mundo de expiação e provas no qual atualmente nos encontramos. Pois assim testemunhamos em nossa religião o destempero dos homens com sua liberdade de escolha, onde muitas vezes estes não entendem que pela consequencia de suas ações e seus comportamentos, nem sempre colhem o que obviamente pretendiam.
Não obstante, tais explicações aqui retratadas são uma tentativa de derrubar conceitos deturpados de uma cultura popular que elege a Umbanda como “Tenda dos Milagres”, ou ainda, como “Pronto-Socorro” de todas as outras religiões. Diferente do que muitos imaginam e procuram não é possível “terceirizar a fé”. E ainda que fosse nossas entidades somente seriam autorizadas a tais intervenções, na certeza de estarem agindo sem interferir no principio universal, ou mais precisamente, no livre arbítrio da pessoa em questão.
Do mesmo modo é importante mencionar que distinta de outras religiões a Umbanda trabalha e defende, entre outras causas, a tolerância e a inclusão. Por isso não faz em nenhum momento diferentes atendimentos a ricos ou pobres. Brancos ou pretos, ou ainda, a qualquer outra classificação social, étnica e moral equivocada do mundo atual.
E mesmo diante desta proposta verdadeira e justa é a Umbanda que mais sofre com a discriminação, pois muitas vezes é procurada como o “último recurso” para a resolução dos problemas. Problemas esses que, na sua grande maioria, são resolvidos prontamente por nossas entidades. Não por que essas são “milagreiras”, mas sim, por que são conhecedoras e obreiras desta equação divina que resulta somente o merecimento de cada ser.
Salve a pemba. Salve a Umbanda. Salve o amor maior entre todos os irmãos.
Texro retirado do Jornal da Umbanda.
Obrigado pela contribuição My.

Nenhum comentário:

Postar um comentário